O artigo tem o objetivo de analisar a reflexão realizada pela filósofa Hanna Arendt acerca da autonomia do aparato repressivo e, portanto, de seu papel organização estatal. Ela afirma que, durante a vigência de regimes democráticos, o aparato repressivo, em especial as polícias secretas, desfrutam de autonomia em relação ao poder estatal ao qual as polícias deveriam estar subordinadas. Ao contrário do que se passaria nos períodos democráticos, nos regimes totalitários a polícia secreta e todo o aparato repressivo estaria completamente submetido ao controle do chefe de Estado. No totalitarismo, diz a autora, “os serviços secretos já não sabem de coisa alguma que o Líder não saiba melhor do que eles. Em termos de poder, a polícia desceu à categoria do carrasco” (ARENDT, 2013, p. 567). Tais considerações seguem corroborando uma leitura da realidade e dos fenômenos políticos que se opõe ao materialismo dialético, nega a luta de classes como fator explicativo do totalitarismo e procura retirar o lucro como motivador de diversas ações políticas. O fenômeno político do totalitarismo passa a ser observado, segundo essa perspectiva, a partir de orientações ideológicas sem conexões diretas e determinadas pela base socioeconômica.
LEMOS, Amarildo Mendes. Estado e autonomia do aparato repressivo na leitura aredntiana do Totalitarismo. In: BENTIVOGLIO, Julio. BIGOSSI, Bruna B; NASCIMENTO, Bruno C; MERLO, Hugo R; HALABI, Luna. Seminário Brasileiro de História da Historiografia. O Historiador brasileiro e seus púlicos hoje. Ouro Preto: EDUFOP, 2016.
ISBN : 978-85-288-0347-1
Link do livro completo: http://www.sbthh.org.br/pb/anais-do-9-snhh-2016/
Comentários
Postar um comentário